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E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

sábado, 20 de março de 2010

Ressonância Schumann

Antes, eu, pretensiosa, pensava que tinha, ou tínhamos ( um certo número de pessoas) uma missão de ajudar toda a humanidade. De certa forma temos, mas não como eu compreendia...
Ingenuamente, como eu poderia ser capaz de avisar o mundo sobre os acontecimentos vindouros, que mal eu sabia quais seriam? Como poderia ensinar a humanidade sobre como se preparar para as transformações futuras? E quem sou eu? Detentora da verdade absoluta? Rainha do conhecimento? A senhora do destino? A maga do tempo?
Nada disso. Sou apenas mais um ser humano na terra. Como todos. Feita de carne, ossos, sangue e sonhos.
Tenho em mim o mesmo DNA do início dos tempos, que também está em cada pessoa deste planeta. Tenho a mesma vulnerabilidade de cada gente que está viva por debaixo da pele. Tenho a mesma água que o mar... Estou sujeita às influências do magnetismo dos corpos celestes, do geomagnetismo da Terra e à aceleração da Ressonância Schumann, como se eu mesma fosse uma onda!
Tenho em mim o potencial genial de Einstein e toda a crueldade de Hitler.
Sou vulnerável ao amor e à maldade, à gargalhada e ao pranto, à doçura e à ira. Sou vulnerável a cada pessoa existente em nosso planeta azul. Estou sujeita à pensar o mesmo pensamento de toda a multidão que não pensa sozinha... e pior... estou sujeita a pensar algo que não é meu, achar que é e ainda, que é verdade e está certo.
Pobre de mim que penso tanto e não penso nada. Pobre de nós que nem sabemos o que fazem conosco...
E foi num curto instante de consciência, despertada em estado meditativo, indo além de nossas ondas beta, em estado alfa, ou mais além, que vislumbrei algo claro. Algo de dentro pra fora : salvar a humanidade, significa salvar a si mesmo, pois todos somos um.

Rosa Antuña

domingo, 14 de março de 2010

Denise Stoklos : fúria e arte

Ontem vi Denise Stoklos em sua peça LOUISE BOURGEOIS : FAÇO, DESFAÇO E REFAÇO. E como sempre ocorre comigo quando a vejo atuar, fiquei estarrecida.
Ver uma mestra em cena é sempre um momento único. E sei que tenho o prazer de vê-la em cena. Viva. Fervente. Borbulhante. Um furacão de palavras e gestos. Uma tempestade de emoções e atitudes. E quando ela nos leva cruelmente à beira da loucura, pára. E nos permite respirar, com a benevolência de uma grande atriz e diretora que nos conduz pacientemente pela mão e nos apresenta um novo mundo.
Quando a vejo atuar meu corpo se enche de febre inquietante. Sinto esperança e medo. Sinto coragem, loucura e respeito. Profundo respeito por este ser que está aqui trabalhando por nós e para nós, com uma entrega de Alma, corpo, carne...
Existe fúria em seus atos. Fúria e amor profundo. Amor concreto. Amor real. Somente por amor algo assim pode se materializar aqui. E isso se sente por todos os poros...
Sinto-me hoje uma humilde aprendiz da arte cênica. Uma humilde aprendiz da arte de criar para o palco, para si mesmo, para o público.
E ainda nessa peça, Denise incorpora outro ser imenso : Louise Bourgeois. Duas grandes mulheres selvagens em uma só.
Ontem fui engolida por elas.

Rosa Antuña