Próximas apresentações e workshops:

Rio de Janeiro:
- agosto: O Vestido - aguardem

E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Despedindo da tournée longa...


Mário

André

Tice

Aretha

Helinho

Léo







eu e Leandro, técnico do Sesc


Lu querida!

Probleminhas para resolver...


Aquele vazio que fica...

Na van, indo para o aeroporto... hora de voltar para casa!

***

São 3:00hs da madrugada. Pus meu despertador para me acordar às 7:15hs (se fosse no Mato-Grosso seria às 6:15hs daqui, porque lá seria 7:15hs de lá, mas como não estou lá, isso não faz hoje a menor diferença!). Iremos amanhã pela Azul, às 9:23hs. Meus pais disseram que vão me esperar no aeroporto e que meu cachorro, Luan, vai também! Ele até tomou banho ontem e deve estar igual uma nuvem! Ele é um maltês bem alegre, amoroso,  temperamental e mimado.

Ontem apresentamos FALADORES no Teatro de Câmara Túlio Piva, que é muito aconchegante. Cabem umas 200 pessoas lá (se eu estivesse falando portoalegrês, eu diria: "Cabem umas 200 pessoas daí"). O espetáculo foi ótimo e o público muito caloroso! Em clássico mineirês eu diria: "Nó! Dançá lá foi bom demais da conta!". O bate-papo foi ótimo. Havia algumas pessoas muito sensibilizadas, com os olhinhos brilhando! E isso é tão gratificante...
Depois jantamos no gostoso Bar do Beto, hotel e cama!

Hoje apresentamos ESCAPADA. Também foi ótimo. Mário hoje estava passando mal. Acho que o cansaço já está batendo... Mesmo assim, arrasou! Quando ele entra em cena vai com tudo. Como aprendeu ao trabalhar com Lenie Dale... Foi ótimo! Lotado novamente... muitas pessoas para o bate-papo. Foi tri-legal!



Particularmente eu estava emocionada. Pensei em toda a nossa trajetória nesta temporada... Desde o dia em que saímos de Beagá... Lembrei-me do quanto senti dificuldade no início, pois após dançar no Rio, dei oficina no dia seguinte e na mesma noite eu, Tice e Mário (os outros foram antes) fomos para a abertura do Palco Giratório em Fortaleza. Passamos a noite sem dormir, devido ao horário do voo e dançamos na mesma noite, com o Theatro José de Alencar lotado (700) pessoas. E mais dois espetáculos seguidos e outra viagem onde perdemos a noite... lembro-me que cheguei em João Pessoa só o caquinho... rsrsrs... e tive um breve instante de desespero, achando que eu não daria conta da tournée. Minhas pernas doendo muito... Tive fazer gelo uma semana! Depois em Caruaru, quando me bateu uma saudade gigante de casa... e também pensei que eu não iria dar conta... Mas ao contrário, superar esses momentos me fortaleceu e acredito que fortaleceu a todos da nossa equipe.
E hoje estou indo embora para casa me sentindo muito bem! Sinto-me vitoriosa. Estou mais confiante. Mais segura. Sinto que essa viagem foi uma grande oportunidade de crescimento e amadurecimento. Claro que o aproveitamento disso vai de cada um... Os artistas que já fizeram o Palco Giratório sabem do que estou falando... e aos artistas deste ano que vão começar agora sua jornada longa, coragem! Será maravilhoso! Acho que isso endossa nosso trabalho. Faz com que saibamos melhor quem somos e para que viemos e o que estamos fazendo. É uma escolha. Depois que escolhemos atravessar o rio, não tem mais volta. Sinto que a missão foi cumprida... Ainda temos outras viagens ao longo do ano, pelo Palco Giratório, mas a etapa longa, de dois meses direto na estrada, termina agora. As outras viagens serão mais curtas, o que agora será tranquilíssimo!
Eu precisava desse Palco Giratório na minha vida. Para me sacudir. Para me tirar do meu lugar confortável, tanto geográfica, quanto artística, quanto emocionalmente. Eu precisava do Palco Giratório para me situar melhor dentro do meu país e compreender o valor do que faço. O valor da arte. Descobri realmente o quanto isso é importante. Muito mais do que eu imaginava. Parece que agora vivi essa importância. Vivi esse valor. Respirei a força transformadora da arte. Compreendi realmente a responsabilidade de ser artista.  De ser artista no Brasil. E quando penso nisso, lá dentro do meu coração sinto um calorzinho... sinto algo aceso... sinto uma chama me aquecendo... e isso me traz alegria, satisfação e paz. Faço o que mais amo na vida. E vivo da coisa que mais amo na vida. E me entrego à coisa que mais amo na vida: A ARTE.



Obrigada Mágico Palco Giratório!  
Vida longa!

beijos de luz,

Rosinha

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pronto. Falei.

Acho injusta a distribuição dos quilos das bagagens dos aviões. Por três motivos:

1 - Quem fica viajando em tournée por dois meses deveria ser liberado para carregar mais peso, do que quem está viajando a passeio por uma semana.

2 - Os quilos deveriam se somar aos quilos da pessoa. Tem gente que pesa 150kg. Eu peso 60kg. Eu deveria ter direito a levar mais peso, já que sou tão levinha.

3 - Mulheres acima de trinta anos deveriam ter direito de levar mais quilos na bagagem, pois elas precisam usar muitos cremes e cosméticos para continuarem se sentindo lindas.

Pronto.
Falei. rs...


Porto Alegre - chegada e oficina

Chegamos em Porto Alegre dia 21, segunda-feira e não estava mais tão frio! Graças a Deus, a frente fria foi embora e agora fazia 23 graus! Após um alegre "momento foto para o blog", nós e o Grupo Mosaico, de Cuiabá nos separamos, cada um para uma van, para irmos para o hotel. Eles estão circulando pelo Palco Giratório com "Anjo Negro", dramaturgia de Nelson Rodrigues e direção de Sandro Lucose.


O Hotel Plaza Porto Alegre, conhecido aqui como Plazinha é muito aconchegante! E toda noite vem uma camareira velhinha, com cara de fada disfarçada e nos entrega um bombonzinho com um bilhetinho escrito boa noite em várias línguas! Um charme! Todos os funcionários aqui desse hotel são muito fofos e atenciosos!
Tenho ficado toda enrolada nos edredons, pois à noite está mais friozinho. Um friozinho bem gostoso! Ai! Aqui lembra muito a Europa mesmo!

Ontem o Mário deu a oficina de dança contemporânea e hoje, 23 de maio, dei minha oficina de Arte-Integrada. A Tice querida foi minha assistente novamente.  A turma de um nível muito bom.
Consegui desenvolver com eles exercícios mais complexos, pois eles tinham já uma boa experiência artística.
Havia, bailarinos, atores, artistas circenses, músicos.
Foi muito rica a nossa troca.
















Bá! Um chimarrão depois da oficina, daí!

Naná do SESC ! Triquerida!!! Vou te levar pra BH!


O espetáculo em Cuiabá

No dia 20 perdi o café da manhã de novo.
Almoçamos no hotel, aliás, quase perdi o almoço que era só até às 14:00hs e cheguei no restaurante às 13:50hs! Estavam ainda à mesa Mário, André e Helinho. A cara deles não era lá muito boa. Disseram para que eu me sentasse. Pronto. Preparei-me para o pior.

Foi quando recebi a notícia: parte do cenário não havia chegado. Justo a rampa não veio! A princípio tive uma sensação de... vazio. E agora? Tudo no espetáculo é feito na rampa. Ela representa a grande escapada! Desânimo geral na mesa. Dúvida em relação a fazer ou não a apresentação...

A rampa ficou em Brasília, sei lá fazendo o quê! De repente, foi confundida e colocada no planalto e naquele exato momento estaria Dilma caminhando sobre ela! Oh!

Mário saiu para tentar solucionar o problema de alguma forma. Ficamos na espera até que recebemos a confirmação que sim, faríamos a apresentação!


Fomos para o SESC Arsenal, que é lindo! Chegamos no teatro lá dentro e havia uma grande caixa preta que substituiria a rampa! Ótimo! Mário arrasou! Com esse objeto cênico teríamos condições de adaptar algumas coisas e manter a essência do trabalho! E afinal de contas, o trabalho em si é mais forte do que qualquer cenário. E uma coisa que Mário sempre diz é que para ele, o foco é o artista. Por isso seus trabalhos são estruturados em cima dos artistas, mais do que em qualquer equipamento.


Parte do meu figurino ficou no case da rampa e também os sapatos meu e da Tice. Dancei com uma bota minha e ela com um tênis vermelho dela. Resolveu. E eu ainda tinha um vestido que é de Escapada mesmo.


Tudo certo, começamos o espetáculo. E foi ótimo! Estava lotado! Um público maravilhoso! E tinha na platéia, o irmão do Mário, com a esposa e as filhas, vendo-o dançar pela primeira vez! Foi muito emocionante. Foi uma vitória. Mais um teste que nos fez crescer.


O bate-papo após o espetáculo foi muito bom.


Bem, após a missão cumprida, fomos jantar com a família do Mário e depois pro hotel arrumar as coisas.

No dia seguinte saímos do hotel às 10:00hs para ir para o aeroporto. O ator Rodrigo Vrech foi conosco. Ele estava num outro projeto do SESC, de dar oficinas pelo Brasil. Chegamos no aeroporto em cima da hora! Quando ouvi, estavam chamando nossos nomes pelo microfone. Achei tão chique! rsrsrsrs... Mas deu tudo certo. No voo nos encontramos com o pessoal do Teatro Mosaico, de Cuiabá, que também iria se apresentar em Porto Alegre. Fomos batendo papo na viagem. Foi mais ou menos um "Pensamento Giratório Aéreo"! rsrsrs... Eles são muito queridos!

Bem... nossos dias no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso foram de muitas aventuras e fortes emoçòes! Maravilhoso! E concluo este texto com uma expressão em mineirês que é a seguinte: "se num guenta, pa quê que vem? " rsrsrsr...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Chegada em Cuiabá

Em Dourados, após o espetáculo, o bate-papo. Após o bate-papo, arrumar nosso material no teatro. Após arrumar o material, jantar. Após o jantar, banho. Após o banho, arrumar as malas. Após arrumar as malas, ir para a van às 3:15hs da madrugada! O aeroporto fica um pouquinho longe, por isso saímos tão cedo. Pegamos o voo com destino a Cuiabá, Mato Grosso. Só que nosso avião primeiro desceu para Cascavel, que estava gelado! Trocamos de aeronave, então descemos mais ainda para Londrina. Trocamos de avião novamente e enfim subimos tudo de novo para chegar em Cuiabá! Nossa! E pensar que Cuiabá estava logo ali do lado de Dourados! Vai entender a Trip...


parada em Cascavel

chegando em Cuiabá

Foi emocionante chegar em Cuiabá, pois é a cidade natal do Mário e havia mais de trinta anos que ele não voltava lá. Por quê? Bem... Acho que a história dele dá um livro maravilhoso... Então, quando chegar o momento, escrevo esse livro maravilhoso com a história dele...


Ficamos no  Hotel Paiaguás. Engraçado... Cuiabá em muitos momentos me lembrou Belo Horizonte.... claro, não tem os morros de Beagá e faz muito mais calor do que lá... mas me lembrou mesmo assim.

Eu estava esgotada, pois não havia dormido e não consigo pregar o olho durante as viagens. Então comi no hotel mesmo e às 15:00hs apaguei.

Às 20:00hs acordei com Mário me ligando dizendo que seu irmão estava lá com ele, no hotel. Havia mais de trinta anos que eles não se viam. Desci para conhecê-lo. Fiquei muito emocionada ao ver os dois juntos.

É... esse Palco Giratório será mesmo inesquecível...
 Acho que os anjos e fadas do Palco Giratório estão conosco, nos presenteando com momentos mágicos, com aprendizados profundos... fazendo com que nos coloquemos à prova para que possamos reconhecer nossa força e coragem... para que cresçamos... para que tenhamos certeza da nossa escolha e do nosso caminho. E estamos seguindo em frente, pois a jornada é longa e há muito a ser feito. Quem quiser isso, nos acompanhe. Nós estamos indo. Não há tempo a perder. Todos os amigos e parceiros são bemvindos! É hora de unirmos nossas forças e dançar, cantar, pintar, tocar, esculpir, recitar... por esse Brasil afora!






Descascando Dourados

Nessa etapa do Palco Giratório SESC, em dois meses fomos no nordeste, sudeste, centroeste e sul. Para o Norte iremos depois. Em algumas cidades ficamos mais dias, noutras foi bem rapidinho. Chegar em um dia, dançar no outro e viajar no outro. Por isso a impressão que sinto ter das cidades é a mesma que tenho quando vou a um buffet de comida à quilo. Vejo tudo, fico com vontade, coloco um pouquinho de cada coisa no prato para conhecer os sabores, para num outro momento, quando for a um restaurante a la carte, eu saber melhor o prato que vou escolher e saboreá-lo profundamente!

Em Dourados fiquei sabendo de algumas coisas... em algumas ruas de lá existem vaquinhas de madeira onde as pessoas treinam o laço!Treinam pegar as vacas no laço! Interessante... Também reparei que na tv a todo momento tem alguma campanha de vacinação bovina, propaganda de ração para gado, fora as divulgações de shows de música sertaneja e exposições. Aliás, música sertaneja é realmente o que se consome lá. E as pessoas são muito felizes assim. Para elas a vida parece ser ótima. Vi muitas caminhonetes enormes, dá pra ver que a cidade tem um alto poder aquisitivo. E no Mato Grosso do Sul são 25.000.000 de cabeças de gado para 12.000.000 de pessoas!!! Será que os fazendeiros estão para o gado assim como Michel Teló e Luan Santana estão para as pessoas? Será que essas multidões que consomem única e exclusivamente música sertaneja tornaram-se gado pastando calmamente nos shows, ruminando sua vida e engordando para o abate?

Chega de filosofar...

Em Dourados tem uma faculdade de teatro e em breve terá a faculdade de dança! Luz e consciência! Viva a cultura! Acredito que lá tem tudo para se tornar um pólo das artes cênicas no Brasil. Basta investimento. Os artistas trabalhando já estão lá.
Também fiquei sabendo de uma coisa que eu não tinha nem idéia: na faculdade tem uma licenciatura para indígenas darem aulas em suas tribos. Hoje o homem branco não pode mais ir nas tribos ensinar. Então os índios que querem aprender a ensinar vêm fazer um curso de licenciatura (ondem aprendem um pouco de tudo) para depois estarem habilitados a lecionarem em suas aldeias. Além disso, em cada turma de índios ficam dois mestres indígenas, equivalentes a doutores, selecionando o que está sendo ensinado. Conforme for, vetam algum assunto se avaliarem que aquilo não seria de interesse daquela tribo.
E no Mato Grosso do Sul existem muitas etnias indígenas. Aliás, tem muito pano para manga por aí...
Lembrei-me do marechal Rondon (cuja exposição sobre ele vi no Casarão, um Centro Cultural na cidade de Mariana, Minas Gerais, onde dançamos Faladores no início do ano). Ele que iria simplesmente desbravar o Brasil para implementar os telégrafos nas regiões mais remotas, acabou também catalogando inúmeras tribos e também atuando a favor de causas indígenas no país.
O Paraguai fica a uma hora de Dourados! Muitos brasileiros vão fazer compras e frequentar cassinos por lá. Fora o tráfico de drogas, que nem preciso comentar. Aquela região é rota.
E para completar, Dourados é cercada por uma natureza deslumbrante. A cidade de Bonito é apenas um dos pontos a se conhecer no Mato Grosso do Sul.

E como podemos ver, a pacata, linda e arborizada cidade de Dourados traz assuntos para serem discutidos por horas a fio, dias, meses... conflitos, contradições... É um verdadeiro campo de estudo sociocultural, comportamental, político... ah! Além de haver ainda muita violência contra a mulher.

É... acho que quero voltar lá com mais tempo.

Tem dias que são assim...

Já estou em Porto Alegre. Chegamos ontem. Friozinho gostoso.
Transcrevo aqui o que escrevi no meu caderno dia 19 de maio.

Tem dias que são dias bem diferentes dos outros.
Hoje foi um desses dias bem diferentes dos outros.
Mas a jogada de mestre desses dias bem diferentes dos outros, é que eles(esses dias) têm um prazer imenso em nos pegarem de surpresa.
E pegam.

Fez uma linda manhã em Dourados. Manhã esta, que só vi o finalzinho pela fresta da minha janela, depois de uma hora que meu despertador já havia tocado. Ele tocou às 11:00hs do Mato Grosso do Sul, pois em Minas já eram 12:00hs. Fuso horário interno. Coisa nossa. É um charme a mais no Brasil. Faz com que nossas viagens internas pareçam internacionais (aliás, o preço das passagens aéreas também!). Pensando melhor as viagens para fora do seu país deveriam ser chamadas de "externacionais"... ou não?

Eram 12:00hs em Minas quando meu celular tocou aqui, que eram 11:00hs, mas nele estava escrito 12:00hs pois não reajustei meu relógio (gosto de fazer pequenas contas diárias). Olhei pela fresta da janela o lindo finalzinho da manhã azul que ainda se manifestava, preparando-se para trocar de turno e ir para o turno da tarde, para que então eu pudesse ver o lindo inicinho da tarde azul em Dourados, pois o azul continuaria ainda por algum tempo, aquele mesmo azul da manhã, que perdi, pois estava dormindo, mas cujo finalzinho vi pela fresta da minha janela, às 12:00hs do Mato Grosso do Sul, mas que eram 13:00hs em Beagá, mas que no meu celular o relógio marcava 12:00hs, pois gosto de fazer pequenas contas diárias... isso faz com que eu sinta que ainda sei algo de matemática!

Tudo isso foi para dizer que o dia começou bem. Acordei ligeiramente mau-humorada, sentindo-me cansada e com uma certa saudade de casa. mas de depois de olhar pela fresta da minha janela e ver o azul já tão comentado, fiquei mais alegrinha.
Tomei banho, comi uma barra de cereal (pois mais uma vez perdi o café da manhã) e tomei meus remédios de homeopatia.
Mário me ligou dizendo que havia dado uma entrevista para a tv e estava vestido igual às duas duplas sertanejas que também estavam lá para serem entrevistadas. rsrs...
Saímos todos para almoçar. após o almoço fui dar uma voltinha por ali. Vi lojas e experimentei vestidos pelo simples ato de experimentar vestidos. Da primeira loja não comprei nada. Já da segunda, a vendedora me recebeu com bobs no cabelo. Um rosa e outro azul. Estava interessante... ela estava se arrumando em seu salão sem clientes, nos fundos da loja, também sem clientes. Adoro lojas sem clientes. acabei comprando umas coisinhas já pensando no friozinho que viria em Porto Alegre, nossa próxima parada.
Saí de lá bem alegre com minhas sacolinhas. voltei para o hotel, reorganizei minhas malas, arrumei minha mochila para levar para o teatro....  fiz ultrasson no pé do Leo...

Até que Mário me ligou novamente dizendo que havia caído uma vara (de ferro, bem pesada, onde se coloca o equipamento de luz do espetáculo) no teatro. Ele pediu para os bombeiros irem lá para verem se teríamos segurança, em vista disso e outros probleminhas o espetáculo iria atrasar bastante. Sairíamos do hotel somente às 18:45hs(do Mato Grosso do Sul, pois em Minas seria 19:45hs!).

Chegamos no teatro e tudo ainda estava muitíssimo atrasado. Helinho, nosso técnico, super ansioso (e com razão!). Senti um caos pairando suavemente no ar... e aquela energia foi me contaminandinho... fiquei ansiosa... depois fiquei com raiva... fiquei chateada... fiquei desanimada... e aí fiquei triste. Fiquei triste porque eu queria que tudo desse certo, mas as coisas estavam difíceis. Em momento algum o Mário desanimou ou desistiu. Então fechei os olhos e meditei por um instante, harmonizei minha energia. Até sentir que eu estava normal de novo. E o meu normal é quando estou muito animada e otimista. Essa sou eu.  Deixei aquela nuvem de energia para lá e vibrei noutro padrão. Melhorei. Tudo também foi melhorando. O espetáculo atrasou uma hora e meia! mas o público lindo esperou. Houve uma outra apresentação na frente do teatro, o que ajudou a entretê-los. Mas mesmo assim, esperaram muito.

Começou o espetáculo e dançamos com tudo.


Quando acabou, mal podíamos acreditar. Já estávamos sem o Leo (que torceu o pé em Campo Grande)  e tivemos que nos redobrar no espetáculo para cobrir as partes dele e ainda houve todo esse atraso... de repente, chega o Helinho, com os olhos esbugalhados e uma cara de menino assustado! Começou a chorar, de alívio, expurgando a tensão que ficou com ele o dia inteiro! rsrsrs... Ele disse que durante o espetáculo a mesa de luz desligou e ele teve que fazer tudo no manual! Mais essa!




Depois o bate-papo foi ótimo. Quem ficou foi mais gente da faculdade de teatro e algumas pessoas de dança. Um pessoal jovem, inteligente e muito interessado. Foi muito bom ter estado ali com eles. Foi muito bom termos feito o espetáculo, apesar das dificuldades. Foi melhor ainda eles terem tido compreensão e esperado para assistir.



Obrigada Dourados!
 Tem dias que são assim! rsrs...


Gil, eu e Joãozinho - amigos queridos!


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Chegada em Dourados

Uma vez fui num workshop de Charles Watson sobre criatividade. Entre diversos assuntos ele falou sobre a importância de renovar nosso olhar sobre aquilo com que lidamos todos os dias. E uma ótima forma de renovar nosso olhar é através do olhar do outro.

Então, com meu olhar limpo por nunca ter estado em Campo Grande, pude ver a cidade e registrar as primeiras impressões que ela me causou: uma cidade limpa, organizada, arborizada, calma, tranquila e muito agradável para se viver.




     No dia seguinte depois do almoço pegamos a van e fomos para Dourados.
E em Dourados tive a mesma impressão de Campo Grande, só que é ainda mais arborizada! É uma cidade linda! Muito agradável. E com um horizonte maravilhoso!
O cair da tarde aqui é um momento muito especial.
Uma luz maravilhosa!
As pessoas muito simpáticas e gentis.
Aliás, o atendimento aqui do Hotel Bahamas, onde estamos, é maravilhoso!!!





Imprevisto em Campo Grande

Tem dias que são assim, mais difíceis.
Na véspera do nosso espetáculo em Campo Grande sonhei com um sapão enorme e depois apareceram milhares de sapos no sonho. Tive uma sensação meio ruim.
Bem, o Helinho, nosso iluminador, no dia seguinte durante a montagem da luz no tomou um mega choque! Tivemos alguns probleminhas que atrasaram a montagem no Teatro Glauce Rocha. E depois, durante o espetáculo, o Leo torceu o pé ao sair de cena, logo após seu solo, que é bem no começo do espetáculo. Seu pé deslizou no tecido da coxia que estava no chão.

Quando o vi, pensei que ele estivesse tendo uma cãimbra (o que seria comum), mas estava era com muita dor. Pedi gelo, tirei seu coturno, o coloquei com o pé para cima e entrei em cena com o Mário para segurar um momento onde ele deveria estar atuando. O grupo viu que ele não estava e improvisou aquela cena.

No decorrer do trabalho Mário o substituiu em algumas partes, o grupo improvisou outras... e assim seguramos a onda. É desse jeito. Precisamos estar prontos para tudo. Artistas precisam estar prontos para tudo, afinal, tem dias que são assim, mais difíceis!



Bate-Papo

Após o espetáculo o bate-papo foi ótimo. Ficou bastante gente para conversar. Muita gente de dança e de teatro. Chico, amigo de Mário de muitos anos e fundador do Grupo Ginga, acabou colaborando para levar público naquela quarta à noite em Campo Grande. E sua colaboração foi fundamental! As perguntas foram mais técnicas a respeito do processo de criação, desenvolvimento da linguagem, forma,ão de cada um no elenco... mas em praticamente todos os lugares que fomos até agora, sempre perguntam como fazemos a integração da dança, da música e do teatro da forma como fazemos, e lá em Campo Grande isso não foi diferente.


Mário e Chico

 Ah! Esqueci de contar que um bando com mais de 20 capivaras mora ali pelo Teatro... muito simpáticas! Nos receberam muito bem! hehehe...