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E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

domingo, 18 de abril de 2010

Há lugar para as borboletas?

Há ainda lugar para as borboletas? Num ecossistema equilibrado sim. Há lugar para todas as espécies. E há predadores e presas. E tudo flui harmoniosamente. Há espaço para os beija-flores e para os leões; para os tigres e para as libélulas.
Mas no nosso mundo não. Ultimamente só há espaço para os leões, tigres, búfalos, além de bandos de ratos e cobras que rastejam sorrateiramente. Não há espaço para os esquilos, canários, vagalumes... estes são massacrados. E para sobreviver são obrigados a fantasiarem-se de animais grandes, fortes fisicamente e violentos ou venenosos.
Onde está o espaço para a delicadeza? Onde está a gentileza e a educação? Onde está a calma e a paciência? Onde está a tolerância e a compreensão? A aceitação das diferenças?
O mundo é feito para os que brigam, para os mais rápidos, mais espertos... para ser alguém no mundo você tem que ser um vencedor. Não basta você ser você mesmo. Seja um vencedor. Seja o melhor. E se você for mau, cruel, tirano, comandará multidões que já estão condicionadas a cumprir ordens toscas.
Nosso planeta é tão bonito... com flores delicadas e árvores gigantescas, centenárias... há lugar na natureza para todas as diferenças. Apenas na humanidade isso não acontece.

Raça Humana

Racinha escrota essa tal de raça humana... tão escrota, que diz subdividir-se em outras raças e cada uma se considera melhor do que a outra! Tudo farinha do mesmo saco... tudo merda. Um bando de merdinhas acreditando ser algo superior. Só rindo mesmo.
Todo o caos que vemos em volta é apenas reflexo do que está dentro. Todos os vírus, doenças, tudo está dentro de nós em primeira instância. São vírus psíquicos de nossa mente obsoleta, são doenças do comportamento, são distúrbios do humor, são neuroses, psicoses... pobre raça estragada... somos como aqueles produtos que passaram da validade e foram jogados no lixo. E pensamos ser alguma coisa! E ainda subjugamos uns aos outros! E ainda somos prepotentes! Uau! Incrível! É de se orgulhar mesmo!
Mas existem exceções. Claro que existem. Tentam nos ensinar alguma coisa, com paciência, amor, sem nos julgar, às vezes sendo firmes como quando se educa uma criança mimada. Benditas exceções que se compadecem de nossa estupidez.
As raças se subjugam. Os continentes se subjugam. Os países se subjugam... os times de futebol... as torcidas... as igrejas... as religiões... as famílias... dentro das famílias... as profissões... todo o tempo em todas as circunstâncias estamos um subjugando o outro. Os amigos se subjugam.
É tão reconfortante quando um amigo tem um problema e podemos usar isso para nos sentirmos melhores do que ele, não é?
Por outro lado, quando um amigo começa a crescer, ganhar o mundo, projetar-se, ser feliz, logo os outros amigos frustrados com alguma coisa começam a puxá-lo pra baixo, com todas as forças, numa tentativa desesperada de deixarem tudo como está e assim, não olharem para os seus fracassos. Triste. Mas somos nós, a raça humana. Difícil. Mas somos nós, a raça humana.
Será que é tão difícil assim cuidar da própria vida? Será que é tão difícil assim não julgar o outro? Será que é tão difícil assim assumir a inveja, mágoa, raiva... e tentar mudar a si mesmo? Será que é tão difícil querer o bem da humanidade, da sua nação, da sua família, dos seus amigos? Será que é tão difícil progredir? Crescer juntos? Torcer pra que o outro seja feliz? Buscar a própria felicidade?
Porra!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pra se olhar no espelho

Um câncer. Quando é detectado um câncer, faz-se uma série de exames para saber em que estágio está. Pode haver cirurgia e provavelmente a quimioterapia. O cabelo cai, surgem olheiras enormes, passa-se muito mal... é doloroso e também sofrido. Após longo período de tratamento, grande maioria dos casos tem recuperação total. A cura acontece e o paciente torna-se uma pessoa mais forte do que era antes. Torna-se um grande guerreiro vencedor de uma grande guerra. E este guerreiro está vivo e quer , mais do que nunca, viver. Será que antes de começar a quimioterapia a pessoa (que ainda não sabia ser este guerreiro) teve medo? Será que este paciente quis fazer o tratamento? Será que ele quis desistir, quis morrer, quis fingir que isso não estava acontecendo? Será que ele tentou fugir, sabendo que esse seria um processo de cura muito doloroso? Provavelmente.
Talvez iniciar um processo terapêutico seja como o início de uma quimioterapia, num outro nível. A coragem de procurar a ajuda de um psicólogo, enfrentar o medo de se ver, a vontade de fugir e deixar como está... e o processo... doloroso, sofrido, amedrontador... não há perspectiva de cura. Entretanto, após iniciado não há mais como fugir. Não dá pra fingir que não viu. Não dá pra fingir que não sabe. A responsabilidade aumenta. E também o prazer. Um prazerzinho lá no fundo vai aumentando. Vai crescendo. Um prazer de ter coragem para curar todo esse câncer psíquico e emocional que pode destruir muitas vidas: a sua e a de quem você mais ama.
Insights acontecem... compreensão de coisas tão antigas... alívio... vergonha... culpa... mágoa... ódio... tudo vem e vai. Até que um belo dia você acorda e se olha no espelho. E pela primeira vez vê as suas rugas. Vê cabelos brancos. Vê que tem um buraco no seu dente. Sente então uma alegria imensa por estar se vendo, se aceitando e se amando pela primeira vez.