Próximas apresentações e workshops:

Rio de Janeiro:
- agosto: O Vestido - aguardem

E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

sexta-feira, 28 de março de 2014

2 - Embarcando para Londres - 14 de março

Na hora de embarcar para Londres foi uma verdadeira jornada para ir do Terminal 2 para o Terminal 1, no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro. Um guarda me deu uma explicação com má vontade. Não achei bem sinalizado. As esteiras que aceleram nossa caminhada não estavam funcionando. Algumas pessoas iam naquele carrinho especial, pois realmente, as distâncias são grandes. Um caos. Aquela confusão! Um monte de gente... Mas foi só chegar no setor internacional que tudo brilhou! Silêncio. Calma. Educação. Paz. Me senti muito bem.

Eis que é chegado o grande momento: o embarque. E as pessoas correm para formar a tão esperada fila (que elas adoram). Mas havia duas filas! Uma bem em frente ao portão de embarque e a outra vinha pela esquerda.
A equipe anuncia: crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais... cartão diamante, brilhante, rubi, esmeralda, ouro, prata, bronze, primeira classe... ... ... e a fila da esquerda entrou primeiro. Phina. Superior. Soberana. Reluzindo acima de tudo e todos, enquanto a fila do cartão marrom, o cartão cocô, ficou com cara de tacho.

Entramos no avião, nós, o pessoal do cartão cocô. A primeira classe já estava toda organizadinha no estilo lego. As pessoas muito bem instaladas. Uma gracinha. E lá foi a classe econômica para o fundão! rs...

Mas verdade seja dita: a tripulação era maravilhosa! Super inglesa! Eficientes! Dinâmicos e com um senso de humor... inglês, que muito me agrada!


1 - Despedida

No dia 14 de março olhei para tras e vi as 3 pessoas que mais amo na vida, as 3 pessoas mais importantes pra mim: minha mãe, meu pai e o Mário. Amo muito vocês 3 e o apoio incondicional que sempre me deram.

Então olhei para frente e vi a fila enorme para passar na revista para embarcar. E na janela da sala de embarque uma luz linda... um fim de tarde lindo...

Senti uma emoção muito forte, como uma despedida grande. Talvez porque esta viagem representasse uma mudança grande na minha vida. Um novo ciclo chegando. Senti tudo isso dentro de mim. Chorei aos berros por dentro. Por fora, meus olhos ficaram apenas vermelhos e úmidos.  O nariz fungando. Fingi que era alergia... alergia a despedidas.

O aeroporto de Belo Horizonte muito cheio, tumultuado, muita gente falando alto... mas eu estava em profundo silêncio.  Eu sentia uma dor no peito que não entendia porque.... Já viajei tanto... era uma dor de gratidão,  medo do desconhecido, despedida, emoção... mas apesar dessa dor, eu me senti em paz.

Obrigada pai, mãe e Mário... amo vocês demais.

terça-feira, 11 de março de 2014

Rosa Antuña - intérprete

edição: Gustavo Silvestre

VÌDEOS : O Vestido / The Dress

Edição: Duda Las Casas - videodança

edição : Alex Silva

VÍDEO : Mulher Selvagem / Wild Woman


VÍDEO : workshop Arte-Integrada / Integrated Art


Fotos Nômade - Cia Mário Nascimento - Netun Lima

E em janeiro abrimos(Cia Mário Nascimento) o ano no Verão Arte Contemporânea. E foi a primeira vez que dançamos no maravilhoso Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Belo Horizonte. Aliás, foi o primeiro espetáculo de dança nesse palco, desde sua estreia.

Fotos: Netun Lima


FOTOS - Sérgio Penna - workshop Atuação para cinema - Rio 2014

FOTOS do Workshop de atuação para cinema com Sérgio Penna - Rio jan 2014

Sérgio Penna - gratidão!

gratidão aos companheiros de oficina

















Workshop Roberta Carreri Rio 2014

Roberta Carreri, querida mestra!

Em janeiro deste ano tive a oportunidade de participar do módulo Aprofundamento do Workshop A Dança das Intenções, com Roberta Carreri, atriz do Odin Teatret, da Dinamarca, dirigido por Eugênio Barba.

É uma experiência incrível poder conviver com uma artista como a Roberta... a vejo como um ser que um dia fez uma escolha na vida e seguiu com esta escolha até o fim.
Poder observar tantas possibilidades sutis de um fazer teatral tão refinado, que nos tira de nossa zona de conforto... e nos abre um universo de possibilidades novas... quanta riqueza e transformação em uma semana de curso.
Colegas maravilhosos, artistas que pesquisam a fundo o teatro e seus desdobramentos... pessoas sensíveis em seu olhar e sua escuta diante da vida.
Gratidão a todos.

Júlio!!! Amigo amado!!!

queridas Renata e Patrícia - elas que fazem as coisas acontecerem!!!
Gratidão!

Bossa, Poesia e Paixão - Cia Mitzi Marzzutti


E 2014 começou com tudo! Dia 3 de janeiro eu já estava em Vitória criando um trabalho: Bossa, Poesia e Paixão. Foram 3 dias intensos e gratificantes. Para a trilha, fiz uma compilação com João Donato, Vinícius de Morais, Tom Jobim... delícia!!!


Bossa, Poesia e Paixão Foi um grande prazer trabalhar com os bailarinos da Cia de Dança Mitzi Marzzuti. Por sua entrega, confiança e disponibilidade. Foi graças a isso que a poesia da bossa pôde tecer movimentos, relações e sentimentos que nos conduzem a um caminho de reflexão sobre onde está o amor em nossas vidas. Como amamos e como queremos ser amados. Quem são as mulheres e homens de hoje e para onde caminham nossos relacionamentos. O amor romântico, o amor real... As máscaras, a verdade de cada um... Talvez o que todos busquemos seja algo mais simples e sincero. Mas o medo de amar ainda é grande na humanidade. E encontrar o próprio amor é, sem dúvida, um desafio do qual não podemos mais fugir. Rosa Antuña














Sobre PRAZER, da Cia LUNA LUNERA

E que coisa mais linda testemunhar um trabalho como este (Prazer). Uma entrega tão pura de quatro artistas que nos emprestam seus corpos, para que possamos vesti-los experimentando a nós mesmos de forma camuflada, que não dói tanto... que não nos revela tanto... não nos expõem tanto... pois fazemos de conta que aqueles quatro que estão em cena são apenas eles e não nós.

Mas intimamente sei que vi meus fragmentos de vida ali. E agradeço a cada um desses quatro atores por isso... por me salvarem mais um pouco... por me ouvirem mais um pouco... pois me senti diluída neles.
E sei que daqui para frente eles também estão diluídos em mim.

Rosa Antuña - 12/12/13

PRAZER

E afinal o que buscamos na vida?
E o que é realmente importante para cada um?
Por que nos aprisionamos em medos e manias?
Por que dizemos não para a vida?
Por que não arriscamos?

Talvez no fundo, estejamos todos gritando por socorro...
E emitimos a todo instante sinais de pedido de ajuda...
Mas é tão difícil socorrer o outro... é tão difícil socorrer a si mesmo...
E então emitimos sinais codificados, mensagens secretas, senhas, na esperança contida de que alguém nos adivinhe... de que alguém nos descubra... de que alguém nos revele para nós mesmos e diga: tudo bem, eu entendo você. Tudo bem. Eu aceito você.

E nesse caminhar da vida, tomando a minha própria como objeto de reflexão... me pergunto: o que realmente importa? O que realmente significa algo? Sigo realmente o caminho por escolha, ou por falta dela? Por acaso tive escolha? Ou o caminho que escolhi foi para que eu não sucumbisse?
Estaria eu disposta a reavaliar tudo? A rever tudo o que fiz até agora? E se eu descobrisse que não fui eu que vivi?
Talvez assim tenha a chance de descobrir algum eu que seja eu e grite para mim, de verdade, o que realmente me traz prazer.

Rosa Antuña - (12/12/13) após assistir o espetáculo PRAZER com a Cia Luna Lunera de Teatro, de Belo Horizonte, MG

Texto Território Nu

Na mesma tarde que te levanto eu te amanheço
E no encanto que te revelo eu me desperto
na madrugada que te ameaço eu me arrependo
E no castigo que te imponho eu reconheço
E no silêncio que te tortura eu te dissolvo
E no momento que te sufoca eu te liberto
No castigo que te ameaça eu me massacro
E no massacre que te retorna eu me alivio
E no alívio que te espanta eu me mato
E na morte que te alimenta eu me perdoo
na manhã que te desperta eu te anoiteço
E na noite que te sorri eu permaneço.

Rosa Antuña - para o espetáculo Território Nu - Cia Mário Nascimento

Modos de Existir

" Na dança as coisas existem nos corpos da gente.

Porque são muitos os modos de existir, de pensar, de dançar..."

Rosa Antuña. - nov 2013

Colapso do Comum

Pessoas que transbordam nas outras
Colapso do comum
Deixar de ser apenas incomum
É inoperante
Talvez inconfessável
A inoperância marca o colapso do comum
Esse transbordamento que se torna inoperante
Um qualquer longe de ser qualquer
Manifestado num verbete
A comunidade que vem e se promove
No anonimato.

Anonimato que me invade
Anonimato que me desespera

Lutando por sua própria vida quem pode sobreviver sozinho?
É inoperante, talvez inconfessável...
Pessoas manifestadas num verbete...
Transbordam no anonimato.

Anonimato que me protege
Anonimato que me fortalece
Anonimato que me revela.

Rosa Antuña

* este texto foi escrito inspirado nas discussões do "Modos de Existir", feito no SESCem SP 2013