Próximas apresentações e workshops:

Rio de Janeiro:
- agosto: O Vestido - aguardem

E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

domingo, 26 de agosto de 2018

Este fim de semana foi assim:

Este final de semana foi marcante.
Começou com a triste notícia da morte do diretor de teatro João das Neves na sexta-feira. Eu e meu companheiro fomos ao velório. Foi forte. Titane cantou. Foi um rito de passagem para outra dimensão.
À noite, ainda abalados, fomos ao lançamento do livro de fotobiografia de Fernanda Montenegro no Sesc Palladium. Estar próximo desta grande atriz no dia em que perdemos aqui um grande dramaturgo, teve um significado especial. Ouvi-la falando, plena de sabedoria e vivacidade, foi um alento. Mas também foi duro ouvi-la dizer que parece que o teatro está acabando e que talvez surja algo que não se sabe o quê.

Sábado foi o segundo dia do Encontro de Ações Específicas para a Dança. Discussões, possibilidades, desafios para que consigamos criar o Centro de Referência da Dança em Belo Horizonte. Muitas ideias e sentimentos. Muita coisa na cabeça. Escuta. Fala. Troca.
Para sábado à noite ganhei um convite para assistir o Grupo Corpo em sua apresentação de 21 e Gira. Este último eu ainda não havia visto! 21 é sublime. Nos transporta para outro tempo-espaço. A dança, a luz, a trilha. Ah... essa trilha! E Gira... que trabalho forte! Como foi bom de ver, de sentir. O elenco está maravilhoso! E senti tanto orgulho da Yasmin, que coreografei quando ela ainda era uma menina! Vê-la em cena tão bem me trouxe muita alegria!

No domingo foi o último dia do 3o Encontro de Ações Específicas para a Dança. Foi no Teatro Marília. Foi muito bom. Representantes da Fundação Municipal de Cultura compareceram. Mas a cabeça vira um turbilhão depois. Ideias, caminhos. Como é importante comparecer a estes encontros! Ainda precisamos de maior adesão da classe aqui em BH.

E para domingo à noite... meu companheiro ganhou dois ingressos para o show do Caetano. Um show delicado. Ele e os filhos. Um repertório muito bem escolhido. Foi show ao ar livre. Show de assistir de pé. Tinha tempo que eu não ia em show assim. Foi bom. Me lembrei da minha adolescência. Muita gente em volta. A lua cheia brilhando no ceu. Houve um momento onde metade gritou Lula-Livre. A outra metade não. Vi casais homossexuais se relacionando sem medo. E sem preconceito. Vi pessoas felizes. Vi muita gente filmando o show com celular. Vi que eu não conhecia quase ninguém ali. As pessoas cantaram as músicas do show. Eu estava ainda com tanta coisa dentro de mim... da Titane cantando... da Fernanda falando... da Dança discutindo... da Yasmin Girando... mas Caetano foi cantando... foi cantando... eu respirei fundo. Algumas lágrimas acabaram saindo. Foi quando apertei a mão do meu companheiro. Ele estava ali comigo. No meio de tudo isso. Ele estava ali comigo. Tive uma sensação boa.



sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Pedra Bruta

A pedra bruta é o coração que ficou duro por ter deixado o mar que vivia nele transbordar por completo.
O mar derramado pelos olhos deixou um rastro de sal.
O coração ficou seco e duro.
Mas seguindo o rastro de sal talvez possamos encontrar o oceano transbordado e mergulhar nele, como quem mergulha no coração do universo.



foto: Duda Las Casas