Próximas apresentações e workshops:

Rio de Janeiro:
- agosto: O Vestido - aguardem

E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

segunda-feira, 18 de março de 2019

Estar bem


Estar bem é algo que não cai do ceu.
Exige-se esforço.
Para se manter o espírito elevado exige-se esforço.
Para se manter a moral alta exige-se esforço.
Nada cai do ceu.
Manter a altivez.
Manter a assertividade e o otimismo não é fácil.
Precisa querer.
Precisa se esforçar.
Nada cai do ceu.
Apenas chuvas e aviões.
Às vezes algumas pessoas.
Umas de para-quedas,
outras para a queda.
Afinal, é muito difícil manter a moral alta.
Mas vale a pena tentar.
Vale a pena tentar viver.
Pena morrer sem insistir na vida.
Insistir na vida que exige esforço.
Esforço não cai do ceu.
O esforço brota em uma fonte sem nome.
Brota em uma fonte que faz a gente gostar de vida.
Faz gostar de viver a vida.
Viver a vida.
Eu gosto de viver.

Há vida.

foto: Duda Lasa Casas

sábado, 16 de março de 2019

Merda!


Um teatro vazio.
Preparativos finais.
Hora de fechar a cortina e abrir a porta da frente.

O público entra.
Falante.
O teatro vazio fica cheio de gente.

Essa gente toda junta se torna um grande ser: o público.
Ele pulsa. Respira. Aguarda em suspensão.
Do outro lado da cortina os bailarinos estão.

Primeiro.
Segundo.
Terceiro sinal.

Todos em seus lugares.
A cortina se abre lentamente.
Começa o espetáculo.

Merda!


Foto: Duda Las Casas - espetáculo Nômade, dirigido por Mário Nascimento, para a Cia MN - abril 2013

segunda-feira, 11 de março de 2019

Ah! Vida...


Ah! Vida... sua efêmera!

Que a todo instante nos prega peças, nos faz de tolos e às vezes tenho a impressão que você ri de nós.

Ah! Vida... sua perversa.

Que nos coloca em armadilhas e observa fria, a nossa reação.

Ah! Vida... sua querida,

Que nos mostra novos caminhos e nos obriga a sair do conforto.

Ah! Vida... sua exigente!

Que nos espreme. Espreme. Espreme até virarmos um creminho.

Ah! Vida...


Sua safada!


Foto: Vitor Dutra, do espetáculo "Mulher Selvagem"

sábado, 9 de março de 2019

A Maldade


A maldade vem para nos lembrar de usarmos os nossos limites.
Limite do corpo.
Limite do osso.
Limite do queixo.
Limite que não deixo ultrapassar mais.

A maldade vem para tentar se espalhar em mim.
Mas não permito.
Apito na hora.
Eu grito: - Fora!

A maldade pode vir até fofinha
Ou vestida de rainha
Não me iludo
Expulso.
Expurgo.
Exonero!

A maldade pode vir forte, pode ser sorrateira, pode se disfarçar em conselho amigo, mas se tiver veneno
Eu me coço
E saio correndo!!



foto: Reyner Araujo, do espetáculo "Mulher Selvagem"

quinta-feira, 7 de março de 2019

Saudade do Kurt




Eu tinha 14 anos. Entrei na sala. A TV estava ligada. A imagem era a de um homem cantando e tocando com fúria e melancolia. A música me fez tremer. O público se jogava, se debatia. Eu poderia estar ali. Meu coração disparou. E senti uma identificação profunda. Com a imagem. Com a música. 

Foi a primeira vez que ouvi "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana. E naquele instante descobri como eu queria ser, como eu queria me comportar, ao menos naquele período da vida. 

Meu inconsciente leu uma infinidade de coisas que aquele som e aquela atitude traziam.
Mas aos 14 anos, eu não queria saber.

Só queria ser. 

Foi assim que virei grunge.


Hoje me bateu uma saudade do Kurt.





Fiz vestibular


Fiz vestibular.
Tava doida para contar:
passei em primeiro lugar!
- licenciatura em Belas Artes -
Na Escola Guignard!💗










E para quem se interessar meu blog novo com anotações e trabalhos durante meus estudos na Guignard é: www.escolaguignard.blogspot.com 

terça-feira, 5 de março de 2019

E Viva o Carnaval!


E Viva o Carnaval!
E quer saber? Precisamos muito do carnaval. Sim. Para espairecer, senão não dá para aguentar. Um respiro. Um alento. Ouvir aquela velha marchinha e sair dançando ao vento. Sorrir para pessoas que você não conhece. Se fantasiar do que você quiser - sso para mim é a melhor parte! Pessoas circulando pela cidade vestidas e pintadas como elas quiserem! Livres! Pelo menos em algum momento do ano temos esse direito! Na verdade, por mim, isso seria o ano inteiro!
E o frescor? O relaxamento? O bom humor? A boa vontade? Todo mundo mais tolerante. Parece que no carnaval ficamos de “Altas”, antes de começar o “pega-pega” de novo, o “polícia e ladrão”.
E em Bh o carnaval é também um ato político sim. Um ato de liberdade. Um ato de ocupar as ruas, que são públicas, pois são ruas! Em BH o carnaval começou como ato político e espero que continue assim. Em 10 anos tomou proporções impressionantes! Hoje tem blocos para todos os gostos, de todos os tamanhos e temáticas. Eu, particularmente, sou dessas que gosta de bloquinhos menores, onde tem espaço para dançar tranquila.
E hoje eu e meu companheiro fomos num bloquinho lindo: “Coco da Gente”. Todo mundo ali brincou o carnaval! Ah! E como é importante brincar! Sorrir! Abraçar! Gargalhar! E dançar! Dançar! Dançar! Saí de alma lavada.
Esses momentos nos fortalecem. Nos unem.
E como diz Chico Buarque: “E a gente vai se amando que também sem um carinho, ninguém segura esse rojão!”
E ninguém solta a mão de ninguém!