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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pra se olhar no espelho

Um câncer. Quando é detectado um câncer, faz-se uma série de exames para saber em que estágio está. Pode haver cirurgia e provavelmente a quimioterapia. O cabelo cai, surgem olheiras enormes, passa-se muito mal... é doloroso e também sofrido. Após longo período de tratamento, grande maioria dos casos tem recuperação total. A cura acontece e o paciente torna-se uma pessoa mais forte do que era antes. Torna-se um grande guerreiro vencedor de uma grande guerra. E este guerreiro está vivo e quer , mais do que nunca, viver. Será que antes de começar a quimioterapia a pessoa (que ainda não sabia ser este guerreiro) teve medo? Será que este paciente quis fazer o tratamento? Será que ele quis desistir, quis morrer, quis fingir que isso não estava acontecendo? Será que ele tentou fugir, sabendo que esse seria um processo de cura muito doloroso? Provavelmente.
Talvez iniciar um processo terapêutico seja como o início de uma quimioterapia, num outro nível. A coragem de procurar a ajuda de um psicólogo, enfrentar o medo de se ver, a vontade de fugir e deixar como está... e o processo... doloroso, sofrido, amedrontador... não há perspectiva de cura. Entretanto, após iniciado não há mais como fugir. Não dá pra fingir que não viu. Não dá pra fingir que não sabe. A responsabilidade aumenta. E também o prazer. Um prazerzinho lá no fundo vai aumentando. Vai crescendo. Um prazer de ter coragem para curar todo esse câncer psíquico e emocional que pode destruir muitas vidas: a sua e a de quem você mais ama.
Insights acontecem... compreensão de coisas tão antigas... alívio... vergonha... culpa... mágoa... ódio... tudo vem e vai. Até que um belo dia você acorda e se olha no espelho. E pela primeira vez vê as suas rugas. Vê cabelos brancos. Vê que tem um buraco no seu dente. Sente então uma alegria imensa por estar se vendo, se aceitando e se amando pela primeira vez.

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