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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Saudades da Ilha do Massangano...

Estou em Aracaju, me lembrando da Ilha do Massangano...


A Aldeia Vale Dançar foi maravilhosa! Tivemos experiências simplesmente inesquecíveis. Acho que demorei para escrever sobre isso pois me faltaram palavras... é. É realmente muito difícil descrever uma experiência que foi tão especial...

Fomos para o SESC às 18:00hs para pegar o ônibus com todo mundo que estava participando do evento para irmos para a Ilha do Massangano. Os habitantes dessa ilha são descendentes de quilombolas e fazem o "Samba de Véio" que tem uma forma bem peculiar de se dançar. O ônibus nos deixou na beira do São Francisco, onde pegamos um barquinho para atravessar o rio em direção à ilha. Uma escuridão invadida por um profundo céu estrelado. Ali mesmo já fui tomada por um sentimento de ancestralidade... difícil de explicar... todos nós, juntos, num barquinho à noite, atravessando o São Francisco, rumo a uma pequena ilha com uma história densa e rica. Ilha do Massangano.

Chegando na ilha, ela estava movimentada. Havia um clima de festa no ar. Muita alegria. Muita luz. Os habitantes da cidade e os artistas que iriam se apresentar nos receberam. Casinhas simples e bonitinhas. Singelas e bem cuidadas, como as pessoas dali. Muitas crianças. Crianças com jeito de criança. Roupa de criança. Criança que vem no colo, dá beijo, gosta de carinho. Crianças livres, que correm, brincam, interagem, participam, com leveza e alegria. Todos cuidam das crianças. Todos cuidam dos filhos da ilha.

Jaílson e os bailarinos da Cia do SESC e da Cia Qualquer um dos Dois sempre muito atenciosos e carinhosos conosco.

Começou! Primeiramente um filme do Grupo Peleja falando sobre a pesquisa deles com o Cavalo-Marinho, um brinquedo de Pernambuco, e a criação de um espetáculo. Entrevistas, cenas lindas... fiquei realmente emocionada. Ah! Foi colocado um telão na pracinha, perto da Igreja. Banquinhos em frente. A população da ilha, mais o público e os artistas da Aldeia Vale Dançar todos se ajeitaram por ali. Juntinhos. Pertinho. Todos atentos.




Em seguida, fomos para uma outra praça, que tinha um espaço grande, onde foi montado um palco. Sentamos no chão, na terra. As crianças também estavam por ali. Próximas. Um sentou no meu colo, enquanto uma neném segurava nas minhas costas vendo minha tatuagem! rsrsrs... Foram apresentados dois solos do Grupo Peleja. Muito bom. O solo da Tainá teve momentos muito especiais. Ele dialoga muito bem com o público, principalmente assim, ao ar livre. Ah! Confesso que eu também queria ter dançado lá, a céu aberto! Mário também e todos da Cia MN disseram isso depois! rsrsrs...

Ao terminar os solos, voltamos para a frente da Igreja, onde havia uma espécie de lona no chão e ali foi apresentado pela Cia de Dança do SESC o espetáculo "Eu Vim da Ilha", direção e coreografia do Jaílson. A trilha é um espetáculo à parte! Maravilhosa! Quero o cd!!! kkkk...  O trabalho é lindo! Tocante. Contagiante! Eles dançam, cantam, tocam nos tamburetes o samba de véio. Oferecem cachaça para a platéia. Aliás, fizeram a Tice, o André e a Eliana beberem!!! A Eliana é de Portugal, fez estágio conosco e antes de voltar para sua terra, foi até Petrolina se despedir e conhecer o que estava acontecendo por lá. Que bom! Até cachaça ela bebeu!!! rsrsrs...

Perto de mim se sentou Dona Amélia. Vira e mexe vinha alguém pedir a bênção para ela. Também pedi! E ela deu uma gargalhada boa!
Para fechar a noite com chave de ouro, voltamos para a praça grande e no palco foi feito o samba de véio  pelos moradores da ilha. Estavam todos de amarelo. Foi simplesmente contagiante. Fiquei como observadora. É uma dança onde se bate o pé no chão com muita força e salta-se muito. Ou seja, força o joelho. Por isso fiquei olhando e absorvendo.

Eles tocam em tamburetes (banquinhos) com couro de bode. O som é maravilhoso! E a energia vai crescendo! Quando vi, o povo todo já estava pulando! Faziam várias rodas. Dançavam em duplas! Uma loucura! Fiquei triste de não poder dançar com eles. Meus colegas da Cia MN quebraram tudo! Enlouqueceram! Dançaram muito! Tiraram os sapatos e lavaram a alma! Foi lindo! De repente o Léo já estava no palco tocando com o pessoal de lá! Estava emocionado. Mal cabia em si! rsrs... E ia subindo um poeirão, daquele chão de terra! Maravilhoso! A energia foi muito forte.


Depois da apresentação, Jaílson nos convidou para um jantar que estava uma delícia! Comi tanto! Um peixe sensacional e um escondidinho de carne de sol... hum... Ai!










Hora de voltar... fomos descendo em direção ao rio para esperar o barquinho que faria nossa travessia de volta. Enquanto esperávamos começou um batucando aqui... outro dali... me deram um pandeiro e puxei uns côcos... depois outro puxou canto de terreiro... sambas... e rolou mais outro momento de euforia! Uns dançavam, outros tocavam, cantavam... lindo demais da conta!






Chegou o barquinho e lá foi todo mundo juntinho, embolado com tamburete, pandeiro, máquina fotográfica... e voltamos cantando... e voltamos juntos no mesmo barquinho atravessando o São Francisco. Barquinho que levava a gente, que levava, música, que levava amor, que levava histórias, que levava vida, que levava alegria... para gente espalhar no mundo do lado de lá.


Obrigada pelo presente, Jaílson!
Obrigada Ilha do Massangano!


Um comentário:

  1. Poxa vida. . . ler isso aqui, ainda mais depois de ter ouvido os meninos falarem de como foi mágico esse passeio na ilha, me deixou muito alegre. Tomara que esse clima de alegria perdure por mais tempo, ou que pelo menos sempre volte pra fazer uma visita! Sucesso pra vocês, Rosa! :)

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