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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Breve explanação na Abertura do Festival Palco Giratório 2013

Na segunda, dia 5 de agosto nós (Cia Mário Nascimento) fomos convidados para fazer a abertura do Festival palco Giratório em Belo Horizonte, no SESC Palladium.
Fizemos uma performance inédita no foyer do Teatro. E, em seguida, conduzimos a plateia a entrar e então a mestre de cerimônias começou uma explanação oficializando o evento. Também um representante do SESC falou. E eu fui convidada para, representando a Cia Mário Nascimento, falar sobre a experiência que tivemos durante nossa participação do Palco Giratório 2012.

Ao longo do Palco Giratório 2012 fui relatando tudo aqui no blog e para mim foi um grande prazer poder compartilhar isso, falando de improviso para as mais de 800 pessoas da plateia. Foi mais ou menos isso:

"Gostaria de parabenizar a todos por terem vindo ao teatro numa segunda-feira para prestigiar o maior prêmio de circulação do País, o Palco Giratório.
Acho importante lembrar que o SESC cobre uma lacuna que era função do Estado. Ele realmente leva arte, educação e cultura para todo o País. Digo isso, pois quando cheguei em Caicó e vi a Concha Acústica do SESC com toda a sua programação e no nosso espetáculo dezenas de crianças assistindo... Nós dançamos em Roraima, Porto Velho, Cuiabá, Vitória, Florianópolis... Foram mais de 30 cidades em 20 estados brasileiros!
Uma experiência única. Isso é um investimento não apenas para a formação de plateia, ou para levar cultura para as pessoas.. mas é também um investimento no artista. Pois todos nós , do grupo, fomos afetados pela experiência com o Palco Giratório. E isso interfere diretamente na nossa postura enquanto artista e mesmo em nosso posicionamento político. Isso se refletiu na criação que fizemos logo após a tournée do Sesc: NÔMADE. Trabalho que fala sobre nomadismo. E nós tivemos uma experiência direta como nômades no ano passado. E nós enxergamos hoje o Brasil de uma forma que não víamos antes. Conhecemos inúmeras pessoas, sabores, opiniões, culturas... e isso nos enriqueceu. E isso devolvemos em arte, devolvemos na maneira como estamos em cena hoje, devolvemos no amadurecimento que tivemos ao longo desse ano em que giramos pelo Brasil!
Descentralizar é algo fundamental. O Brasil não é Rio e São Paulo. O Brasil é TODO o País. E sempre após as apresentações tínhamos o bate-papo com a plateia. O que foi de uma riqueza tão grande para nós... Algumas vezes fomos surpreendidos por palavras tão sensíveis e precisas à respeito do nosso trabalho... que ficávamos emocionados. E foi clara a diferença do nordeste pro sudeste. No nordeste as reflexões eram humanistas... as pessoas pensavam na sociedade, na vida delas.. quanto mais descíamos em direção ao sudeste e ao sul, mais técnicas as pessoas da plateia ficavam em seus argumentos e posicionamentos, o que não é ruim... mas elas estavam mais distantes do sentimento.
Também quero lembrar que artista não precisa de glitter, nem de holofote. Artista precisa estar em cena, em todos os lugares. É isso que faz da gente artista. Cuidado com o que vocês assistem e consomem da rede Globo... Não quero desmerecer o trabalho daqueles que estão lá, mas quero é dizer que existem muitas outras coisas além do que se vê na televisão. Busquem, procurem, se interessem, pesquisem... pesquisem sobre os artistas do seu país, sobre os diretores, os coreógrafos... e arrisquem! Vão ao teatro para experimentar algo novo! Pode ser que vocês detestem... pode ser que vocês adorem... pode ser que vocês não entendam nada a princípio, mas depois vocês podem começar a ter sonhos, insigths e uma compreensão mais profunda pode emergir de vocês... Isso é a força da arte. Muito obrigada a todos! "

RA



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