Próximas apresentações e workshops:

Rio de Janeiro:
- agosto: O Vestido - aguardem

E no segundo semestre tem estreia: ANGELINA!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

10 - Terceiro dia no Odin Week - 19 de março

E no dia seguinte de manhã, fizemos duas horas de aula com Roberta Carreri e logo após ela fez mais duas horas de seu trabalho/demonstração intitulado PEGADAS NA NEVE. Isso porque na véspera, à noite, ela havia apresentado Judith, um trabalho solo intenso, dificilíssimo!!! E ela é uma artista com 60 anos de idade. Mas ela tem muito mais vigor e energia do que muitos jovens artistas que conheço. Aliás, isso é uma característica dos atores do Odin. Todos são vigorosos, presentes, enérgicos, atentos, vivos. E todos são assim em cena e fora de cena.

À tarde foi a vez de assistirmos Júlia varley com seu monólogo THE CASTLE OF HOLSTEBRO II.
Júlia chega plena de presença. A peça vai se construindo diante de nossos olhos. Uma atriz totalmente à serviço da ARTE. De repente a peça vai crescendo de tal forma... com sons enormes produzidos por Júlia... e junto desses sons sentimentos e emoções são produzidos em nós. Quando vi eu já estava chorando de novo. Mais uma mestra em cena... que honra poder vê-la. E aprender com ela o que é integridade cênica.
Júlia é como uma xamã. Poderosa. Simples. Segura. Conectada com a Terra e com os poderes sagrados do feminino. É assim que a percebo. É assim que sinto sua presença.

Depois da peça precisei ficar sozinha, em silêncio. Não estava triste, nem encucada, nem em crise. Simplesmente precisava ficar em silêncio.

*********************************************************************************

Após o jantar foi a vez de vermos ITSI BITSI, com a atriz Iben Nagel e os atores e músicos Kai Bredhold e Jan Ferslev. Como a peça seria apresentada em dinamarquês, nos deram antes o texto em espanhol para que soubéssemos do que se tratava. Li por alto.

Sentei na primeira fila. Para quê? Por que eu fiz isso? Por que eu me sentei na primeira fila? E não era qualquer primeira fila, eram cadeirinhas praticamente no palco!

Bem, sobre essa peça em dinamarquês? Comecei entrando em profundo silêncio. Depois eu suspirava. Depois eu suspirava com som. Então fiquei com os olhos úmidos. Depois começaram a escorrer lágrimas. Depois, além das lágrimas, meu nariz também começou a escorrer. Comecei então, lindamente a soluçar e finalmente tive que tampar minha boca com as mãos para que meu choro não atrapalhasse a peça que era em dinamarquês e que eu tinha apenas lido o texto por alto e mal entendia o que diziam!!!!

A peça tocou diretamente meu coração, meu inconsciente, minha alma, sei lá mais o quê! Nem quero saber! Nunca senti isso antes! Não sabia que era possível sentir isso vendo uma peça em dinamarquês que mal entendemos!!! Mas eu entendia tudo de uma maneira que não sei explicar!

A peça em si traz uma força. A presença dos três atores traz outra força. A presença das personagens mais outra força. Tudo tinha uma consistência que há muito tempo eu não via ou sentia. E ao mesmo tempo, era tudo tão poético, delicado, sutil. Havia tanto amor ali. Eu me emocionava vendo a peça em si e me emocionava ao ver aquelas pessoas que estavam ali atuando à serviço da ARTE.

Bem, em apenas três dias de Odin Week eu já havia desidratado de tanto chorar! O que seria de mim ao longo desses dez dias? Será que Rosa após sua profunda transformação iria desistir de tudo e vender imóveis? Será que Rosa partiria em busca de uma marido rico? Será que Rosa voltaria para o Brasil mandando todo mundo tomar no cu? Há, isso ela já costuma fazer... Aguardemos as cenas dos próximos capítulos de Transformação no Odin Week.

Um comentário:

  1. Oi Rosinha, sou sobrinho da tia Zazai e afilhando da sua mãe. Minha irmã viu esse blog e me mandou. Ri muito, rsrs. Parabéns pela sua carreira. Um beijão e outro pra minha madrinha, Rosa Maria.
    José Renato.

    ResponderExcluir