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terça-feira, 22 de maio de 2012

Descascando Dourados

Nessa etapa do Palco Giratório SESC, em dois meses fomos no nordeste, sudeste, centroeste e sul. Para o Norte iremos depois. Em algumas cidades ficamos mais dias, noutras foi bem rapidinho. Chegar em um dia, dançar no outro e viajar no outro. Por isso a impressão que sinto ter das cidades é a mesma que tenho quando vou a um buffet de comida à quilo. Vejo tudo, fico com vontade, coloco um pouquinho de cada coisa no prato para conhecer os sabores, para num outro momento, quando for a um restaurante a la carte, eu saber melhor o prato que vou escolher e saboreá-lo profundamente!

Em Dourados fiquei sabendo de algumas coisas... em algumas ruas de lá existem vaquinhas de madeira onde as pessoas treinam o laço!Treinam pegar as vacas no laço! Interessante... Também reparei que na tv a todo momento tem alguma campanha de vacinação bovina, propaganda de ração para gado, fora as divulgações de shows de música sertaneja e exposições. Aliás, música sertaneja é realmente o que se consome lá. E as pessoas são muito felizes assim. Para elas a vida parece ser ótima. Vi muitas caminhonetes enormes, dá pra ver que a cidade tem um alto poder aquisitivo. E no Mato Grosso do Sul são 25.000.000 de cabeças de gado para 12.000.000 de pessoas!!! Será que os fazendeiros estão para o gado assim como Michel Teló e Luan Santana estão para as pessoas? Será que essas multidões que consomem única e exclusivamente música sertaneja tornaram-se gado pastando calmamente nos shows, ruminando sua vida e engordando para o abate?

Chega de filosofar...

Em Dourados tem uma faculdade de teatro e em breve terá a faculdade de dança! Luz e consciência! Viva a cultura! Acredito que lá tem tudo para se tornar um pólo das artes cênicas no Brasil. Basta investimento. Os artistas trabalhando já estão lá.
Também fiquei sabendo de uma coisa que eu não tinha nem idéia: na faculdade tem uma licenciatura para indígenas darem aulas em suas tribos. Hoje o homem branco não pode mais ir nas tribos ensinar. Então os índios que querem aprender a ensinar vêm fazer um curso de licenciatura (ondem aprendem um pouco de tudo) para depois estarem habilitados a lecionarem em suas aldeias. Além disso, em cada turma de índios ficam dois mestres indígenas, equivalentes a doutores, selecionando o que está sendo ensinado. Conforme for, vetam algum assunto se avaliarem que aquilo não seria de interesse daquela tribo.
E no Mato Grosso do Sul existem muitas etnias indígenas. Aliás, tem muito pano para manga por aí...
Lembrei-me do marechal Rondon (cuja exposição sobre ele vi no Casarão, um Centro Cultural na cidade de Mariana, Minas Gerais, onde dançamos Faladores no início do ano). Ele que iria simplesmente desbravar o Brasil para implementar os telégrafos nas regiões mais remotas, acabou também catalogando inúmeras tribos e também atuando a favor de causas indígenas no país.
O Paraguai fica a uma hora de Dourados! Muitos brasileiros vão fazer compras e frequentar cassinos por lá. Fora o tráfico de drogas, que nem preciso comentar. Aquela região é rota.
E para completar, Dourados é cercada por uma natureza deslumbrante. A cidade de Bonito é apenas um dos pontos a se conhecer no Mato Grosso do Sul.

E como podemos ver, a pacata, linda e arborizada cidade de Dourados traz assuntos para serem discutidos por horas a fio, dias, meses... conflitos, contradições... É um verdadeiro campo de estudo sociocultural, comportamental, político... ah! Além de haver ainda muita violência contra a mulher.

É... acho que quero voltar lá com mais tempo.

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